Arquivos STJ » MartinsZanchet https://martinszanchet.com.br/blog/t/stj/ Inteligência Ambiental Para Negócios Fri, 13 Jun 2025 16:46:18 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=6.8.1 STJ Decide: Multa Administrativa Ambiental Não É Transferida a Herdeiros https://martinszanchet.com.br/blog/stj-decide-multa-administrativa-ambiental-nao-e-transferida-a-herdeiros/ Tue, 17 Jun 2025 10:00:24 +0000 https://martinszanchet.com.br/?p=5228 O Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu que multas administrativas ambientais não são automaticamente transferidas para os herdeiros de imóveis rurais. A decisão estabelece que a responsabilidade por infrações ambientais não é vinculada à propriedade, mas sim ao indivíduo que cometeu a infração, salvo se o herdeiro tiver participado diretamente da infração.

O post STJ Decide: Multa Administrativa Ambiental Não É Transferida a Herdeiros apareceu primeiro em MartinsZanchet.

]]>
A Primeira Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) fixou importante entendimento jurídico que beneficia diretamente proprietários rurais e seus sucessores. Em decisão recente, o tribunal concluiu que multas administrativas por infrações ambientais não são transferidas automaticamente a herdeiros de imóveis rurais, salvo se comprovada sua participação direta ou omissão na infração.

Entenda o caso

O caso teve origem em um recurso do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), que aplicou uma multa por desmatamento ilegal em uma propriedade rural. Após o falecimento do proprietário original, o imóvel foi herdado, e a autarquia buscou cobrar a penalidade administrativa do herdeiro.

O STJ, no entanto, negou o pedido do Ibama, afirmando que sanções administrativas não têm caráter propter rem — ou seja, não acompanham automaticamente a propriedade — e, por isso, não podem ser exigidas de quem não praticou a infração.

Multa administrativa x responsabilidade civil

O ministro Paulo Sérgio Domingues, relator do caso, explicou a distinção entre dois tipos de obrigação:

  • Responsabilidade civil ambiental, que tem caráter propter rem e pode ser exigida do novo proprietário, incluindo a obrigação de recuperar o dano ambiental;
  • Sanções administrativas, como multas aplicadas pelo Ibama, que dependem de culpabilidade, nexo causal e autoria direta da infração.

Em outras palavras, enquanto a obrigação de recuperar a área degradada pode recair sobre o novo dono, a multa só pode ser cobrada de quem efetivamente cometeu a infração — desde que viva e identificado.

Implicações para o produtor rural

A decisão do STJ oferece maior segurança jurídica para herdeiros de propriedades rurais, especialmente em casos de imóveis adquiridos por sucessão, onde a infração ambiental tenha ocorrido antes do falecimento do antigo proprietário.

Na prática:

  • Herdeiros não respondem por multas administrativas lavradas contra o falecido;
  • A responsabilidade por recuperar a área degradada permanece, mas sem a transferência automática da penalidade pecuniária;
  • O Estado deve comprovar a culpa do novo proprietário para aplicar nova sanção.

Segurança patrimonial e preventiva

 

A decisão fortalece a necessidade de assessoria jurídica especializada na regularização de imóveis rurais herdados. Antes de assumir qualquer passivo, é fundamental:

  • Verificar autuações pendentes junto aos órgãos ambientais;
  • Avaliar a existência de processos administrativos e judiciais ambientais;
  • Solicitar laudos técnicos para comprovar a ausência de infração pelo novo proprietário;
  • Agir preventivamente, adotando boas práticas de gestão ambiental e legal.

Conclusão

O STJ reafirma o princípio de que penas não se transmitem com o patrimônio. A decisão protege herdeiros de serem penalizados por condutas alheias, sem prejuízo do dever de recuperar danos ambientais. Para produtores e empresas do agronegócio, trata-se de um precedente importante, que reforça a importância de separar responsabilidade administrativa de responsabilidade civil.

A Martins Zanchet Advocacia Ambiental está à disposição para auxiliar na análise de riscos, sucessões rurais e defesa em autuações ambientais com foco técnico-jurídico e estratégia personalizada para o setor agropecuário.

Fonte: Superior Tribunal de Justiça – REsp 1.823.083


Whatsapp      Instagram    Youtube

LinkedIn    Facebook

Agende uma Reunião e veja como podemos ajudar

Veja também!

Posso construir em Áreas de Preservação Permanente – APP?

Assista ao Nosso Podcast!

Ou acesse diretamente pelo nosso canal do YouTube clicando AQUI!

O post STJ Decide: Multa Administrativa Ambiental Não É Transferida a Herdeiros apareceu primeiro em MartinsZanchet.

]]>
STJ Reafirma Competência do IBAMA para Multas Ambientais https://martinszanchet.com.br/blog/stj-reafirma-competencia-do-ibama-para-multas-ambientais/ Thu, 27 Mar 2025 10:00:49 +0000 https://martinszanchet.com.br/?p=4726 O STJ decidiu que o IBAMA tem autoridade para fiscalizar e aplicar multas ambientais, independentemente de licenças estaduais ou municipais. A decisão reforça a necessidade de compliance ambiental, exigindo atenção redobrada de empresas e proprietários rurais para evitar autuações e sanções federais.

O post STJ Reafirma Competência do IBAMA para Multas Ambientais apareceu primeiro em MartinsZanchet.

]]>
O Superior Tribunal de Justiça (STJ) reafirmou, em recente decisão, que o IBAMA possui autoridade para fiscalizar e aplicar multas ambientais, independentemente da existência de licenças emitidas por órgãos estaduais ou municipais. O caso envolveu a aplicação de multa pelo IBAMA ao Sindicato dos Fiscais Tributários de Mato Grosso do Sul, referente à construção de um imóvel em área de preservação permanente sem a devida autorização ambiental.

Licenciamento Ambiental Não Impede Fiscalização do IBAMA

O sindicato argumentou que o imóvel foi construído em 1994, antes da regulamentação específica sobre áreas de conservação, e que possuía alvará de funcionamento desde 1997, concedido por autoridade municipal. No entanto, o STJ rejeitou esse argumento, reafirmando que o IBAMA tem competência para atuar supletivamente em infrações ambientais, mesmo quando há licenciamento por órgãos estaduais ou municipais.

A decisão seguiu a jurisprudência consolidada pelo STF e pela própria Lei Complementar 140/2011, que define as responsabilidades dos entes federativos na gestão ambiental. Segundo o STJ, licenciar e fiscalizar são funções distintas, e a existência de uma licença não impede que o IBAMA exerça seu poder de polícia ambiental.

Atuação Supletiva do IBAMA e a Legalidade da Multa Ambiental

O relator do caso, ministro Sérgio Kukina, destacou que a atuação do IBAMA não anula a competência dos órgãos estaduais ou municipais, mas sim funciona como ação supletiva quando há falhas na fiscalização local. Esse entendimento está alinhado com a decisão do STF na Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADIn) 4.757, que estabelece que a prevalência de uma sanção aplicada por órgão local não exclui a possibilidade de atuação federal, caso se constate omissão ou insuficiência na fiscalização.

Além disso, a Súmula 613 do STJ foi citada no julgamento, reforçando que não há direito adquirido à manutenção de situações prejudiciais ao meio ambiente. Dessa forma, o fato de a construção ter ocorrido antes de uma legislação específica não impede que sejam aplicadas sanções administrativas caso se constate dano ambiental.

Impactos da Decisão para Empresas e Proprietários Rurais

Essa decisão do STJ tem implicações diretas para empresas, empreendimentos imobiliários, produtores rurais e indústrias, pois:

  • Reforça o poder fiscalizatório do IBAMA, que pode atuar mesmo em áreas licenciadas por estados e municípios.
  • Exige atenção redobrada ao cumprimento da legislação ambiental, já que a obtenção de uma licença não isenta de autuações federais.
  • Confirma que o licenciamento não autoriza práticas que possam causar danos ambientais, sendo necessária a fiscalização contínua das atividades.
  • Demonstra a necessidade de compliance ambiental, com auditorias internas para garantir que as normas ambientais estão sendo cumpridas em todas as esferas.

O Papel do Martins Zanchet Advocacia Ambiental

O Martins Zanchet Advocacia Ambiental atua para garantir que empresas e proprietários rurais estejam em conformidade com a legislação ambiental, minimizando riscos de autuações e sanções. Nossa equipe está preparada para oferecer:

  • Assessoria preventiva para compliance ambiental, evitando infrações que possam resultar em multas e embargos.
  • Defesa administrativa e judicial contra autuações do IBAMA e outros órgãos ambientais.
  • Consultoria estratégica sobre licenciamento e fiscalização, garantindo segurança jurídica nas operações.
  • Negociação de Termos de Ajustamento de Conduta (TAC) e outros instrumentos para regularização ambiental.

Conclusão

A decisão do STJ reforça a necessidade de uma gestão ambiental eficiente, independentemente do porte ou setor da atividade produtiva. O entendimento consolidado pelo tribunal reafirma que a competência fiscalizatória do IBAMA não pode ser afastada apenas pela existência de uma licença estadual ou municipal, exigindo rigor na adequação ambiental de empreendimentos e propriedades rurais.

Com as crescentes fiscalizações ambientais, estar preparado para atender às normas federais, estaduais e municipais é essencial para evitar penalidades e assegurar a continuidade das atividades econômicas. O Martins Zanchet Advocacia Ambiental está pronto para oferecer assessoria especializada, garantindo segurança jurídica e sustentabilidade para o seu negócio.

Fonte: Migalhas – STJ mantém multa e reafirma que licença não impede atuação do IBAMA.


Whatsapp      Instagram    Youtube

LinkedIn    Facebook

Agende uma Reunião e veja como podemos ajudar

Veja também!

Posso construir em Áreas de Preservação Permanente – APP?

Assista ao Nosso Podcast!

Ou acesse diretamente pelo nosso canal do YouTube clicando AQUI!

O post STJ Reafirma Competência do IBAMA para Multas Ambientais apareceu primeiro em MartinsZanchet.

]]>
Análise Crítica da Decisão do STJ: Um Olhar sobre a Ampla Defesa no Processo Administrativo Ambiental https://martinszanchet.com.br/blog/analise-critica-da-decisao-do-stj-um-olhar-sobre-a-ampla-defesa-no-processo-administrativo-ambiental/ Fri, 29 Dec 2023 10:00:01 +0000 https://martinsezanchet.com.br/?p=2206 Exploramos a polêmica decisão do STJ no RESP 5001676-44.2018.4.04.7007, destacando a análise crítica sobre a ampla defesa em processos administrativos ambientais. Abordamos a controversa citação por edital, a importância das alegações finais e os desafios entre eficiência processual e proteção de direitos fundamentais. Aprofunde-se nesse panorama jurídico essencial para compreender as nuances do Direito Ambiental no Brasil.

O post Análise Crítica da Decisão do STJ: Um Olhar sobre a Ampla Defesa no Processo Administrativo Ambiental apareceu primeiro em MartinsZanchet.

]]>
 

A Decisão do STJ(Superior Tribunal de Justiça) O RESP 5001676-44.2018.4.04.7007, desperta um diálogo jurídico profundo e necessário sobre o princípio da ampla defesa em procedimentos administrativos, especialmente aqueles que tangenciam o Direito Ambiental. Este caso, envolvendo o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) e a Rio Verde Reflorestadora Ltda., coloca em xeque a adequação da citação por edital e suas consequências no exercício da ampla defesa.

A complexidade do caso e suas implicações, tanto para as partes envolvidas quanto para a esfera social, demandam uma análise crítica e detalhada dos diversos aspectos da decisão do STJ.

Citação por Edital: Uma Abordagem Processual Questionável a Decisão do STJ

Advogado avalia a Decisão do STJ

A natureza excepcional da citação por edital surge como um ponto de interrogação no contexto jurídico. Este mecanismo é tradicionalmente empregado quando as vias de notificação pessoal se esgotam. Porém, sua eficácia em garantir a ciência do processo é incerta.

A questão central aqui é se todas as vias razoáveis de notificação direta foram de fato esgotadas antes de recorrer a esse método, uma análise essencial em cada caso. A violação do direito à ampla defesa se torna uma preocupação real quando este método é utilizado prematuramente, principalmente em casos ambientais, onde as consequências são profundas e abrangentes.

O Papel Crucial das Alegações Finais

As alegações finais são um momento decisivo em qualquer processo administrativo. É a oportunidade para as partes reiterarem seus argumentos e provas, enfatizando os pontos-chave para o julgamento. Uma notificação deficiente pode comprometer diretamente esta etapa vital, impactando a justiça processual e a igualdade entre as partes.

No caso em análise, a utilização da citação por edital pode ter restringido a capacidade da parte de articular suas alegações finais adequadamente, um componente essencial para assegurar um julgamento justo e informado.

Reflexões sobre a Decisão do STJ

A interpretação do STJ sobre a ampla defesa neste caso merece uma revisão crítica. A conclusão de que a defesa não sofreu prejuízo ignora a complexidade do direito à ampla defesa, que não se restringe a evitar prejuízos, mas abrange a garantia de oportunidades justas e adequadas de defesa.

Tal alegação de que não houve prejuízo pela citação por edital é juridicamente questionável e insegura, pois subestima as nuances do processo administrativo.

A Questão do Prejuízo no Direito Processual

Advogados discutindo a decisão do STJ

Juridicamente, a noção de “ausência de prejuízo” é uma construção complexa e muitas vezes subjetiva. No contexto do processo administrativo, especialmente em casos ambientais, a presunção de que a citação por edital não causou prejuízo é problemática. Isso se deve à importância crítica da comunicação efetiva e tempestiva para a garantia de um processo justo.

Assumir que a parte não foi prejudicada sem uma análise detalhada das circunstâncias e sem uma consideração minuciosa do impacto potencial dessa forma de notificação pode levar a um equívoco grave.

Implicações da Presunção de Não Prejuízo

Essa presunção pode criar um precedente perigoso, onde a eficiência processual é valorizada acima da justiça processual e do direito à defesa adequada. Isso é especialmente relevante em casos ambientais, onde as decisões podem ter implicações de longo alcance.

A simplificação do conceito de prejuízo nesses casos pode levar a uma erosão dos direitos processuais fundamentais, comprometendo a equidade e a integridade do processo jurídico.

Implicações no Direito Administrativo e Ambiental: Uma Perspectiva Crítica do Punitivismo e Eficiência Processual na Decisão do STJ

3 advogados discutem a decisão do STJ em uma mesa

A decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ) no RESP 5001676-44.2018.4.04.7007 lança luz sobre uma preocupante tendência no Direito Administrativo e Ambiental: o punitivismo excessivo e a busca por eficiência processual, muitas vezes em detrimento dos direitos fundamentais, como a ampla defesa.

Esta abordagem merece uma análise detalhada e crítica.

Punitivismo Excessivo na Decisão do STJ e Foco na Arrecadação

  • Priorização do Punitivismo: O STJ, ao validar a citação por edital, parece favorecer uma abordagem punitivista. Esta decisão pode ser interpretada como uma tentativa de facilitar a aplicação de penalidades e a arrecadação de multas, sem considerar adequadamente o direito de defesa das partes. Este enfoque excessivamente punitivo pode levar a uma justiça administrativa e ambiental menos preocupada com a equidade e mais focada em resultados punitivos e arrecadatórios.
  • Arrecadação de Multas versus Justiça: Há um risco inerente de que a priorização na arrecadação de multas sobreponha a necessidade de garantir processos justos e equitativos. Em casos ambientais, onde as sanções podem ter grandes implicações financeiras, esta abordagem pode prejudicar a justiça do processo, colocando o interesse na geração de receita acima da proteção efetiva do meio ambiente e do respeito aos direitos das partes.

Falha na Concretização da Eficiência Processual

  • Ineficiência na Violação da Ampla Defesa: A decisão do STJ, ao endossar a citação por edital, sugere uma busca por eficiência processual. No entanto, essa eficiência é questionável quando resulta na violação de direitos fundamentais, como a ampla defesa. A eficiência em um processo administrativo ou judicial não pode ser medida apenas pela rapidez com que uma decisão é tomada, mas também pela justiça e integridade do processo.
  • Impacto Negativo na Justiça Processual: A eficiência processual alcançada às custas da ampla defesa compromete a integridade do sistema jurídico. Em casos ambientais, onde as decisões têm consequências significativas, a necessidade de um processo justo e transparente é ainda mais crítica. A decisão de priorizar a eficiência sobre a justiça processual pode levar a uma desvalorização da ampla defesa, o que é incompatível com os princípios de um sistema jurídico justo e equilibrado.

Conclusão

Pessoas dão as mãos em meio a natureza

A decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ) no caso RESP 5001676-44.2018.4.04.7007 destaca um dilema crítico no sistema jurídico brasileiro: a tensão entre a eficiência processual e a proteção dos direitos fundamentais, especialmente em casos ambientais onde as consequências são amplas e duradouras. Esta decisão, ao enfatizar um punitivismo exacerbado e uma busca por eficiência processual, coloca em risco a justiça processual e a ampla defesa, revelando uma preocupante tendência de subvalorizar a importância da análise detalhada e justa das questões em jogo.

Tal abordagem não apenas compromete a integridade do processo jurídico, mas também pode ter implicações negativas para a proteção do meio ambiente e os direitos dos cidadãos.

É essencial reavaliar as prioridades no sistema jurídico, enfatizando a necessidade de equilibrar a eficiência processual com a proteção rigorosa dos direitos processuais e a garantia de processos justos e transparentes. Em particular, no Direito Ambiental, a justiça processual deve ser mantida como um pilar fundamental, assegurando decisões que considerem todos os impactos e implicações.

A verdadeira eficiência no sistema jurídico não se mede apenas pela rapidez das decisões, mas pela harmonização entre a celeridade processual e a realização da justiça ambiental e social, respeitando os princípios fundamentais de justiça e equidade.

 

Veja também!

Possibilidades de Julgamento de Improcedência de uma Ação Civil Pública por Desmatamento de acordo com a Jurisprudência recente do STJ

 

Assista ao nosso podcast!

 

 

O post Análise Crítica da Decisão do STJ: Um Olhar sobre a Ampla Defesa no Processo Administrativo Ambiental apareceu primeiro em MartinsZanchet.

]]>